domingo, 27 de novembro de 2011

Kokoro


Ai, quando menos se espera, vem aquele friozinho na barriga. O não saber o que falar e aquela insegurança. Um desejo imensurável e a sensação de que estou agindo feito criança. Como se quase 23 anos e toda minha experiência não fossem nada em algumas situações. E eu não tenho controle da situação.

...

Sábado de manha fui pra aula esperando prova, e no lugar disso encontro um rapaz falando pra sala sobre o shodo e o significado de alguns kanjis. Friamente, a tradução de kokoro seria coração. Mas, para quem entende realmente o japonês e seus kanjis compreende que essa palavra é mais do que coração, é algo entre coração, corpo e intelecto.

Kokoro. Acho que isso diz tudo.

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Quando quero alguém é quase rezar para que o bendito adivinhe

-E como foi o teatro?
-Teatro? Quando?
-... Hoje??? Meu Deus, tirem esse copo dessa mulher...


(...)

A primeira regra não dita da noite era "não seja você". Entrarás por aquela porta e colocarás uma máscara. Vista sua personagem e espere.

Eu que nunca fui de pegar o dito mas não dito demorei para vestir a personagem. Demorei muito. Era tudo muito familiar mas tudo muito diferente. Eu lembrei por um momento das minhas poucas aulas sobre corpo neutro e interpretação de personagens. Lembrei e fiquei por um bom tempo neutra. "Festa estranha com gente esquisita?" - não, não era bem isso... Mas, diferentemente das outras noites, das outras baladas, naquela noite eu não fui abordada ou paquerada por homens...(tirando raras exceções)

-Você precisa se soltar - disse meu amigo.

-Eu sei, mas ninguém chegou em mim.

-Ahhhh, querida...Vai lá, lance uns olhares! O pessoal passou te olhando...

Olhares? Paquera? É engraçado repensar o assunto e ter consciência de que eu sou um zero a esquerda quando o assunto é paquera. Em parte por ser tímida e em parte por ser orgulhosa. Quando quero alguém é quase rezar para que o bendito adivinhe - porque eu não darei dicas, não lançarei olhares ou indiretas...

Eu estava numa situação nova, fazendo algo que nunca fiz antes: paquerando. Minha personagem lançava olhares de interesse até que... até que alguém respondeu por diversas vezes meus olhares! Mas se aproximar o bendito não se aproximava... O que fazer então?

Pode parecer simples para talvez todo o resto da população: chegue no rapaz. Mas, a minha pergunta interna era: como? Eu odeio as abordagens masculinas que começam com: puxões de cabelo, me pegar pela cintura, me puxar pelo braço... Então a questão na verdade era: como chegar sem ser agressiva?

Bom, a minha tentativa então foi: primeiro, continuar com os olhares; segundo, ir me aproximando. Fui aos pouquinhos. Fui me aproximando, dançando cada vez mais perto do corpo daquele homem e... Um beijo. Um beijo beeeem bobo, sabe?

Conclusão da noite: beijar homem gay nem sempre compensa...


Obs.: passei muito tempo sem escrever, logo, não sei se estou muito boa para contar histórias...