sábado, 18 de dezembro de 2010

Ai, e se...

Ai, e se tudo o que vejo não fosse metade do que é real e metade do que eu sou? Metade sentimento e metade ação?

Talvez eu fosse assim mais feliz, mais anestesiada e menos humana...

domingo, 28 de novembro de 2010

Tentando estudar!

Madrugada de domingo para segunda. Já passa da uma. E, eu, tentando estudar. Literatura, pro meu TCC. Mas, sendo literatura, parece que de quinze em quinze minutos eu fujo da avenida central do trabalho e caio numa viela qualquer... A viela de hoje nem posso considerar viela... o livro que eu estava lendo perguntava "Trouxeste a chave?" Boa menina viciada em literatura que sou só associei à Drummond e seu poema "Procura da Poesia":

"(...)

Chega mais perto e contempla as palavras.
Cada uma
tem mil faces secretas sob a face neutra
e te pergunta, sem interesse pela resposta,
pobre ou terrível, que lhe deres:
Trouxeste a chave?


(...)"


Meu Deus, espero poder citar Drummond (e Gilberto Gil) no meu trabalho... porque assim não dá né, me desviar do trabalho SEMPRE e não produzir nada em cima disso...

p.s.: é... esse post é apenas para dizer que ainda estou viva. Um pouco louca com tudo o que está acontecendo comigo (acham que uma mera "adolescente" não tem problemas? Ledo engano... Tenho para dar e vender...), mas viva!

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Geni: quem tem medo do príncipe encantado?

Tem mulher que frequentemente busca homens inferiores à elas, com defeitos que elas fingem ignorar ou simplesmente suportam. Tem mulheres que se contentam com pouco, em ser mulher de malandro e nunca pensa que tem gabarito para conseguir um "principe" contemporâneo. Como Geni (da música de Chico Buarque, Geni e o Zepelim), se enrosca com todo tipo de traste, e quando um comandante, "cheirando a brilho e a cobre", aparece, dele ela tem asco. Ou não se acha a altura. Para mim, isso tem nome: Complexo de Geni.

E eu fico me questionando: por que? por que em insistir em aceitar o que na verdade não queremos? E por que temos medo quando surge que realmente está a nossa altura?

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Bug or not bug

Hoje, por um momento, acreditei que minha vida estivesse acabada. Sem exageros, pensei que minha vida virtual estivesse arruinada. Após uma longa manhã na escola, resolvi acessar meu orkut enquanto almoçava. Coloquei a senha e nada de conseguir acessar o bendito. Não estavam aceitando a minha senha. Preocupada, já pensei que teria que recuperar não somente a senha do orkut mas como tudo o que eu uso pela minha conta do google e entrei no meu e-mail do hotmail para recuperar a senha. Segunda surpresa do dia: eu não estava conseguindo entrar no meu e-mail! Por um momento fiquei nervosa e com raiva - muita raiva. E pensei seriamente que teria que contactar umas três pessoas: meu pai e/ou dois primos. Por que pensei neles? Simples, meu pai é especialista em redes (tecnologia em si) e meus dois primos são especialistas em invadir computadores. (vai vendo a minha família...) Não sei se meus primos são hackers ou crackers, mas de qualquer forma, pensei inicialmente que seriam de alguma valia ter a ajuda deles. Depois pensei melhor e resolvi que chamar alguém era a última opção. A primeira era tentar na marra mesmo. O que foi difícil, mas enfim, depois de perder uns 20 minutos da minha vida, recuperei todas as minhas senhas.

Vim pro trabalho meio que em estado de fúria. Muito odio no coração. E vim pensando que se eu descobrir quem foi a "fofurinha" que me fez perder 20 minutos preciosos do meu horário de almoço, eu iria descobrir uma boa forma de me vingar. No trabalho, ouvi falar na possibilidade de ter sido um bug ou um teste... Anyway, ainda alguém pode ter roubado minhas senhas, afinal, que que tem o hotmail com o google? (o bug/teste foi com o google)

Só sei uma coisa depois disso, quero sair para bebemorar, como diria um amigo meu... Hoje é sexta e eu cansei.

p.s.: gente, veja bem se não tenho motivo para me revoltar, em 20 minutos eu poderia ter feito a unha!!!!)

terça-feira, 16 de novembro de 2010

E todas as lamentações do mar, do vento, do céu, das aves, das estrelas, serão a tua voz presente, a tua voz ausente, a tua voz serenizada




Eu deixarei que morra em mim
o desejo de amar os teus olhos que são doces
Porque nada te poderei dar
senão a mágoa de me veres eternamente exausto
No entanto a tua presença
é qualquer coisa como a luz e a vida
E eu sinto que em meu gesto
existe o teu gesto e em minha voz a tua voz
Não te quero ter porque em meu ser tudo estaria terminado
Quero só que surjas em mim
como a fé nos desesperados
Para que eu possa levar
uma gota de orvalho
nesta terra amaldiçoada
Que ficou sobre a minha carne
como nódoa do passado
Eu deixarei...
tu irás e encostarás a tua face em outra face
Teus dedos enlaçarão outros dedos
e tu desabrocharás para a madrugada.
Mas tu não saberás que quem te colheu fui eu,
porque eu fui o grande íntimo da noite.
Porque eu encostei minha face na face da noite
e ouvi a tua fala amorosa.
Porque meus dedos enlaçaram os dedos da névoa
suspensos no espaço.
E eu trouxe até mim a misteriosa essência do teu abandono desordenado.
Eu ficarei só
como os veleiros nos pontos silenciosos.
Mas eu te possuirei como ninguém
porque poderei partir.
E todas as lamentações do mar,
do vento, do céu, das aves, das estrelas
Serão a tua voz presente,
a tua voz ausente,
a tua voz serenizada.

(Ausência, Vinicius de Moraes)

Eu não sei lidar com a morte...

"Karina, o Ronex morreu" - Essa foi a primeira frase que escutei hoje quando entrei na van.

"Como assim, Renato? É mentira, né?"
"Não, Ká, é verdade... Não sabem ainda direito como é que ele morreu."
"Nossa, e ele comentou que tinha sido internado mas eu não levei a sério..."

...

Já conheço o que vem a seguir. Mil mensagens de adeus no orkut. De novo. De novo, lágrimas. Pessoas que não sei porque insistem em escrever para alguém que não vai mais entrar na internet... Ou sei. Pelo sentimento de dor, por saber lá no fundo que nunca mais iremos ver aquela pessoa.

Eu sinto por tudo o que não foi feito e por tudo que ficou não dito.
Não direi que ele era um cara extraordinário e não inventarei mil qualidades que ele não tem. Tanto porque eu nem cheguei conhecê-lo tão bem. Mas, posso dizer que era um cara inteligente, legal e que trabalhava no que gostava. E fazia um rock que me dava vontade de dançar...

Não, este texto não é para ter muito nexo. Mas, para que nexo se a vida não tem sentido?

Eu não sei lidar com a morte...

Entrefechada Rosa

"Está naquela idade inquieta e duvidosa,
Que não é dia claro e é já o alvorecer;
Entreaberto botão, entrefechada rosa,
Um pouco de menina e um pouco de mulher.

(...)

Quantas vezes, porém, fitando o olhar no espaço,
Parece acompanhar uma etérea visão;
Quantas cruzando ao seio o delicado braço
Comprime as pulsações do inquieto coração!

Ah! se nesse momento alucinado, fores
Cair-lhes aos pés, confiar-lhe uma esperança vã,
Hás de vê-la zombar dos teus tristes amores,
Rir da tua aventura e contá-la à mamã.

É que esta criatura, adorável, divina,
Nem se pode explicar, nem se pode entender:
Procura-se a mulher e encontra-se a menina,
Quer-se ver a menina e encontra-se a mulher!"

(Menina e Moça, Machado de Assis)

Na vida de quase toda mulher chega o momento em que ninguém mais a irá proteger, e que nem ela quer isso. Ela então aprende que é necessário falar firme se quiser ser levada a sério. Não é necessário gritar, se alterar, nada disso. Apenas falar firme, com a total convicção de que suas palavras expressam idéais importantes e sinceros. A firmeza demonstra que é sério o que você diz.

(Em falar em firmeza, como confiar num homem que não tem um aperto de mão firme? Ou em alguém que não te olha nos olhos quando fala com você? Eu não confio)

É curioso pensar que temos que ser firmes nas nossas crenças, que tenhamos que ser guerreiras e ainda ao mesmo tempo delicadas e submissas. Espera-se tanto da mulher, e ao mesmo tempo ainda estamos numa época de mudanças de valores, que fica difícil se situar e colocar no papel o que realmente queremos e o que é idealizado para nós. Idealizado para nós. Quantas idéias não tentam nos enfiar cabeça adentro? Quais são nossos verdadeiros sonhos e quantos sonhos não querem nos fazer acreditar que são nossos enquanto na realidade não são?

Meu peito se acelera perante tanta insegurança e incerteza. Construção de mim mesma. Tenho tanta saudade de minha meninice. Às vezes me canso de tantos erros e acertos. De nunca ter um cais para aportar meu navio. De andar sem norte, à minha sorte. Sem muleta. Sempre sem muleta!

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

O baile de máscaras

Chego em casa, a noite é velha
Meu corpo está sujo e cansado de rua
Jogo no chão roupas e falsidades,
o espartilho me apertava,
o vestido me escondia.
Prefiro estar nua.

Não quero lâmpadas, nem velas, apenas o luar
Quero ficar deitada na penumbra
Sentindo meu corpo, pensando sobre o meu dia

Lembro da festa no salão colorido
Homens de preto, mulheres de vestidos
Todos mascarados, máscaras de sorrisos
As mulheres enormes de narcisismo
Os sapatos femininos têm saltos enormes
Nunca tinha me sentindo tão distante do chão
(e de mim mesma) como nessa noite.

A cidade inteira pensava que me via
Mas não me via realmente
Via apenas uma imagem distorcida de mim,
uma mulher que me é estranha.

Quem não entende que cada passo meu
não é movido apenas pelo raciocínio,
que tudo o que faço envolve paixão e sentimento,
não me conhece.
E quem não me conhece, não me enxerga.

Desculpa para desabafo

Acabei de sair da minha aula de literatura. Como quando eu era adolescente, novamente depois de muito tempo, esse tipo de aula está me provocando vontade de escrever. E, hoje, com o conhecimento que possuo até entendo porque são nessas aulas em que me sinto inspirada... Minha professora diz que um bom leitor não apenas decodifica letras, palavras. Ele vai além disso ao pensar sobre o texto e repensar a realidade. Sobre a realidade e o ato de leitura, Alberto Manguel faz uma associação que explica o que eu quero dizer:

"A realidade trata de especificidades disfarçadas de generalidades. A literatura faz o contrário, de modo que Cem anos de solidão pode nos ajudar a entender o destino de Cartago, e os argumentos de Goneril podem nos ajudar na tarefa de traduzir o duvidoso dilema ético do general Aussaresses, o torturador de Argel. (...) se um leitor é capaz de ir além da superfície de determinado texto, tal leitor pode extrair de suas profundezas uma questão moral, mesmo que essa questão não tenha sido formulada pelo escritor com muitas palavras, pois sua presença implícita desperta no leitor, de qualquer modo, uma emoção à flor da pele, um pressentimento ou simplesmente uma lembrança de algo que conhecemos há muito tempo. Por meio dessa alquimia, todo texto literário torna-se, em certo sentido, metafórico.

(...)

A realidade, o lugar onde estamos, não pode ser visto enquanto estamos neles. É o processo de "primeiro ou de segundo grau" (que se dá por meio das imagens, da alusão, da trama) que nos permite ver onde estamos e quem somos. A metáfora, em sentido amplo, é o modo como captamos (e às vezes quase entendemos) o mundo e nosso desconcertante self. Quem sabe toda literatura possa ser entendida como metáfora."

(À Mesa com o Chapeleiro Maluco, Alberto Manguel)

É, a literatura me faz ver melhor a minha realidade. Me faz repontuar várias questões e situações... Eu fiz toda essa viagem, relembrando da minha viagem de volta para casa... E pode até parecer banal o que eu vou dizer depois de todo esse discurso, mas é o que eu tenho a dizer.

Hoje eu me lembrei de como as coisas eram diferentes há quase dois anos atrás. Lembro como dois amigos queridos me tiravam as melhores risadas, e como eu tenho saudade disso. E penso se era tão bom para eles como era para mim... E de como depois de várias mudanças em nossas vidas,de vários acertos e erros nossos, a gente foi perdendo isso. Como a gente perdeu a mania de ser feliz com as nossas coisas bobas. De um, tenho saudade das nossas piadas ácidas, de nossos papos filosóficos e das nossas besteiras (como por exemplo falar da propaganda de margarina besteirenta que tem na internet). Do outro, me arrependo de tanta coisa, e sinto falta do abraço sincero, das brincadeiras tontas e da alegria besta que ele me proporcionava. Acho que faria tudo para ter isso de volta. Porque com um, o tempo já é bem corrido (e a culpa é nossa mesma, e dessa nossa sociedade que nos faz pensar que tudo é mais importante que a construção de laços); o outro... Bem, o outro acho que já bem me esqueceu.

E, no fim, acho que só usei o Manguel para desabafar essa dorzinha desse meu coração que é tonto demais, que guia essa mulher que ainda é uma menina que se apega demais...

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Antes

E para se expelir todo o veneno
Antes é preciso se machucar um pouco
Antes da renovação
a aceitação de nossos erros
Antes do carinho, a solidão.

Antes de se desfazer todo o mal
É preciso se purificar cortando
o que já está se putrefando
(Corte de laços mal feitos)


Antes de ser dois em um, ser um apenas
(um ser que seja forte)
Construção de um lar interno
que abrigue e guie para o norte.

domingo, 7 de novembro de 2010

Sem titulo

Entre a rubra vergonha do meu rosto e seus olhos azuis
Entre seus olhos que me desnudam e o sentimento de paz
Construo o mais lindo verso não escrito, feito de luz
Pra segurar no tempo o sentimento que carrego no peito
Que faço de templo, esse meu sentimento, que é tão imperfeito
Que é tão singelo, tão meu e seu,
tão sincero que me gela o momento do adeus.



(ainda tenho dúvida se é um poema bonito ou se é um poema ridiculo)

Metáfora

Uma lata existe para conter algo
Mas quando o poeta diz: "Lata"
Pode estar querendo dizer o incontível

Uma meta existe para ser um alvo
Mas quando o poeta diz: "Meta"
Pode estar querendo dizer o inatingível

Por isso, não se meta a exigir do poeta
Que determine o conteúdo em sua lata
Na lata do poeta tudonada cabe
Pois ao poeta cabe fazer
Com que na lata venha caber
O incabível

Deixe a meta do poeta, não discuta
Deixe a sua meta fora da disputa
Meta dentro e fora, lata absoluta
Deixe-a simplesmente metáfora

(Gilberto Gil)

Sobre o que escrevo

"O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.

E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm."

(Fernando Pessoa)


Sobre o que escrevo, digo duas coisas:

- A primeira é que não gosto de escrever ao pé da letra o que eu sinto. O que sinto fica comigo, o que escrevo fica no meio do caminho entre a realidade e a mentira.

-A segunda é que de alguma forma eu sempre tenho uma espécie de musa, que me provoca idéias e me inspira brincadeiras com as palavras...

(Mais: explicar o motivo real de algo que escrevemos é algo meio chato...)

Quem é você?

Quem é você que eu não sei?
Quem é você que quer me ter?
Quem é que se esconde por baixo
de toda roupa, toda máscara
toda essa moral de faixada?

Quem é você que acha que sabe quem é?
uma criatura que não abre o próprio coração
Que nunca comeu seu próprio coração
Que em si mesmo não tem nem um pouco de fé


Quem é você, me responde quando souber
Quem é você, homem ou mulher?
Como anda sua sexualidade? Sua masculinidade?
Quem é você que trai por vocação?
Que de humanidade mesmo não tem noção?
Quem é você que precisa de alguém
para te dizer tudo como é
amor, moral,respeito e carinho
- você sabe o que é
amor, moral, respeito e carinho?
Não quero te ensinar o caminho
Não estou aqui para isto

Desculpe me por insistir em perguntar quem é você
Mas indagar carece se vejo tanta carência de ser
Não te vejo homem, às vezes te vejo como nada
Uma construção mal caiada
- uma mistura preparada para homens fracos
que querem se iludir em ter algum ideal -
Assim não é você ou estou enganada?

Não vejo nada em você que me atraia
Não vejo em você aquela luz
que me alegraria e me traria
uma leveza de alma.
Não provoca em mim aquela paixão que me conduz
à um aparente suicidio e real conhecimento de vida.

Lhe falta a superioridade encontrada nas crianças
Que não esperam respostas prontas e questionam
Que conjugam seus verbos e vidas no presente
Que desconhecem traumas e ainda não usam lentes:
Elas vêem tudo com seus próprios olhos.

(inspiração: em Alice, em um presente de aniversário e em um amigo meu http://paraleloalado.blogspot.com/2010/11/sem-titulo-2.html )

Conversa de poeta

Imagino que quem não escreva pense que poetas trabalhem bem isolados, para poder pensar bem nas palavras, para talhar bem aquilo que representará um instante efêmero e um sentimento em flor. Mas não só escritores e poetas conversam, como pois sua escrita vive em eterna comunicação com o outro. Com palavras amigas... Nós, os das palavras, nos comunicamos entre linhas...

Ai que vontade não estou em ligar para comunicar essas idéias loucas que estão atormentando meu pensamento.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Caixa de Pandora

Vou voltar a ser sedutora com cara de menina
Cansei de ser boazinha, cansei de ser passiva
Vou abrir a caixa de pandora
O futuro não me importa

Cansei de ouvir opiniões de pessoas vazias
Cansei desses seres medíocres e alienados
Não vou ter mais o meu mundo alterado
Sou eu quem digo o que é certo ou errado

Vou dar o pulo do coringa
Vou transformar meu coração
Metamorfosear meus sentimentos
Esconde-los por detrás da razão

Ai, quero não me importar
Com os destinos do amor
Quero transformar o amor num jogo de azar
Quero sentir prazer na dor

É necessário ser insensível
Para jogar este jogo
É necessário uma máscara
Para fingir o que eu não sou
Só assim serei forte
Para não sofrer de amor.

Brincadeira de gente grande

Menina...

A criança do sono despertou
Descobriu que aqueles sonhos,
Em que um dia acreditou,
Não eram a realidade, apenas sonhos
E sua inocência se quebrou
Matou sua infância
Esqueceu a criança
(que um dia foi)

Mulher...

Para entrar na dança
Se tornou mulher
Brincadeira pútrida
Que gente grande quer
Jogar por toda vida
E foder quem quiser
Sem se importar com a vida
De seres que eram meninas
E que hoje são crianças perdidas
Que se tornam mulheres frustradas
Sem sonhos, sem nada.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Me perdoe

Me perdoe se eu não sou nenhuma praia calma
Se vivo a despencar-me em tempestades
Me desculpe se desconheço a rotina
e sempre me jogo em bravos mares

Me perdoe se detesto convenções
Se canto no meio da rua
Se saio de casa sem bussola
Se fui criada sem bula

Me perdoe se não lhe escondo nada
Se sou assim meio sem prumo
Se como tudo numa só bocada
e tenho medo de não aproveitar o mundo.

Sinto muito se sou mal educada
Sinto que não poderia ser diferente
Me perdoe se sou inconsequente e inconstante
Se faço birra e sou meio criança

"Quem sou eu?"
Não tenho norte
Ser enigma é a minha sorte
Desvenda-me ou morre
Desvenda-me ou devoro-te

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

"E tudo que era efêmero se desfez. E ficaste só tu, que é eterno."

VI
Tu tens um medo:
Acabar.
Não vês que acabas todo dia.
Que morres no amor.
Na tristeza.
Na dúvida.
No desejo.
Que te renovas todo dia.
No amor.
Na tristeza.
Na dúvida.
No desejo.
Que és sempre outro.
Que és sempre o mesmo.
Que morrerás por idades imensas.
Até não teres medo de morrer.
E então serás eterno.

*

VII
Não ames como os homens amam.
Não ames com amor.
Ama sem amor.
Ama sem querer.
Ama sem sentir.
Ama como se fosses outro.
Como se fosses amar.
Sem esperar.
Tão separado do que ama, em ti,
Que não te inquiete
Se o amor leva à felicidade,
Se leva à morte,
Se leva a algum destino.
Se te leva.
E se vai, ele mesmo...



Cecília Meireles
In: CÂNTICOS

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Siga o padrão e seja moderno

"Porém, não conheci nenhuma criança que se convertesse num bom adulto. As crianças não se convertem em bons adultos. Eu não sou uma boa adulta. A bondade não existe. Sou má, muito má.
(...)
O meu corpo é o meu protesto.
Não quero trazer nada ao mundo excepto o meu profundo horror pelo mundo. Depois dos desastres do século XX apenas posso sentir horror. Depois de tamanha exibição do mal, o homem já não pode redimir-se. Quem pode voltar a amar os homens? Quem pode voltar a cantar em louvor dos homens? Alguém disse que depois dos horrores do século XX não era possível continuar a escrever. A palavra tinha-se tornado absurda, insuficiente. Os filhos são como a palavra, insuficientes. Seria bom para a minha mente aceitar a insuficiência da palavra e do homem. Mas dentro de mim há um qualquer crocodilo que me impede de aceitar isso. Cada vez suporto menos a injustiça, cada vez suporto menos a maldade. "


(Lesões Incompatíveis com a Vida, Angelica Liddell)

Garotas universitárias acabam conhecendo diversos tipos de homens, e os cachorros/cafajestes são os que mais aparecem. Essa subespécie de homem eu mal conhecia até entrar na Universidade. Sempre evitei contato. Mas, hoje em dia, eles cercam o meu cotidiano e o das minhas amigas... De forma que eu já vi e ouvi de tudo. E sei muito bem que muitos só querem o nosso corpinho (e ai de quem falar que é mentira, eles mal sabem mentir!), e nós, mulheres, fingimos que a não sabemos disso...(bom, algumas fingem... outras realmente não desconfiam mesmo) Assim, logo, não me surpreendeu o namorado da minha amiga ter dado em cima de meninas na frente dela (ou ainda ele a ter traido no mesmo churrasco em que a namorada estava), não me surpreendeu o rapaz ingênuo e um pouco retardado que está querendo sair comigo e com uma amiga minha ao mesmo tempo.

Não. Quase nada hoje em dia me deixa espantada. Nem mesmo o fato contado por uma amiga de trabalho. Um cara com seus trinta anos saiu com ela, foi algo casual. Ela está na graduação, ele na pós. Rolava uma conversa legal, ficaram, ele tentou transar com ela e ela não quis. Ponto. Ponto final porque depois disso ele a evita.

Não fico mais bestificada com as mentiras e esses joguinhos. Sou indiferente à essa vidinha dita moderna, em que tudo é comércio e onde amor e sexo são quase meio que produtos. Amor à venda, assista à televisão e entenda o amor. Reproduza o amor que vende. Faça o sexo vendido. Tem um modelo certo para tudo nessa vida. Siga o padrão e seja moderno. Não se importe em criar laços, eles são substituiveis...

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Pequeno Relato

"Eu hei de ter ao invés de paz inquietação"
(Mart'nália)

E no fim das contas, eu gosto dele. Não da forma usual. Não... Ele me irrita. Totalmente. E é isso que, por mais estranho que possa parecer, eu gosto dele. A eterna surpresa que é ele, os conflitos internos que me provoca. Vive me provocando. Ele despertou em mim algo que eu tinha esquecido que existia: o sentimento de revolta. E o que é um ser sem esse sentimento de revolta?

Uma vez, um professor falou em aula que o problema da sociedade atualmente é justamente a ausencia do sentimento de revolta. Tudo cai na normalidade, e nada é questionado.

Uma vez revoltados, pensamos. E não é um pensar que fica apenas no cérebro, não é um pensar frio. É mais. O corpo vibra com esse sentimento. Eu sou feliz com a minha revolta.

Depois disso, sinto que dormi por longos dois anos. Sem pensar. Anestesiada.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Tudo ou Nada (ou um poema bobo)

E ele que era tudo
agora era nada para mim
E eu, que era tanto
não sobrou nada no fim

Eu era e nada sou agora
Ele agora é nada
e nada me deixou
Deixou-me ser nada
Fez de mim flor
Que floresce e murcha
Que encanta, perfuma e morre.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Bomba Molotov

Sou uma bomba molotov
prestes a causar uma guerra civil
Me deixe lhe dar um toque
Nada do que você já construiu
vai permanecer de pé

Não me importo com as suas certezas
Minha única certeza é a de que tudo desmoronará
Estou aqui para causar conflitos
reflexões para lhe presentear.

Cuidado comigo
Coringa em pele de menina
Sou quase um vício
Goliarda com cara de bailarina
Sou apenas uma mulher, não anjo,
prestes a dançar um último tango
com você, que se acha malandro.

Não tenha esperanças
eu sou ótima
quando se trata de jogar
xadrez, buraco, ideias
Não trago verdades ou respostas
sou aquela que te acompanha na queda.

domingo, 17 de outubro de 2010

Umas transam por amor, algumas transam por prazer, outras sem prazer, algumas transam para comer

"Do you know what it feels like for a girl?
Do you know what it feels like in this world?"
(Madonna)



Alguém já tentou definir o que é o amor? Paras as meninas prostitutas descritas em "Meire in love" (do Grupo Bagaceira de Teatro), o amor era idealizado num beijo de lingua. Em um beijo de lingua? Sim, num beijo de lingua.

Para muitos, um beijo é apenas um simples beijo. Não é um sinal de amor, e sim de desejo. Prostitutas não beijam, elas apenas transam. Reza a lenda que os homens nunca beijam uma mulher deste tipo. Para uma prostituta, o que é amor e o que é desejo? Elas não transam por amor e muito menos por prazer (se duvidar, nunca sentiram prazer no sexo). Essas meninas que tiveram a infância roubada, descritas nessa peça, representam muitas crianças nordestinas: elas se deitam com homens para matar a fome. Por um prato de comida. Onde entra o amor e o desejo na vida delas?

O sexo é mecanico. O amor, um sonho idealizado em um simples beijo. As meninas comentam que Meire, prostituta, conheceu um gringo que a beija na boca e que vai tirá-la dessa vida. E o beijo é motivo de suspiro, Meire é invejada porque beija.

"Meire in love" acaba sendo uma representação triste da realidade. Algo tão normal nas nossas vidas que se torna banal. Violência e prostituição infantil. No fundo, junto com a infância roubaram dessas meninas tudo. Seus sonhos serão destruidos e amor é algo muito metafísico para ser encontrado. Sobreviver é mais importante do que o amor e o desejo. Mas, até quando o ser humano consegue sobreviver tendo seus sonhos e fantasias constantemente destruidos?

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Livros

"O discurso pedagógico dominante, dividido entre a arrogância dos cientistas e a boa consciência dos moralistas, está nos parecendo impronunciável. As palavras comuns começam a nos parecer sem qualquer sabor ou a nos soar irremediavelmente falsas e vazias. E, cada vez mais, temos a sensação de que temos de apreender de novo a pensar e escrever, ainda que para isso tenhamos de nos separar da segurança dos saberes, dos métodos e das linguagens que já possuímos (e que nos possuem)."

(Jorge Larossa. Pedagogia Profana - Danças, piruetas e mascaradas)

"Há muito que as mulheres são as esquecidas, as sem-voz da História. O silêncio que as envolve é impressionante. Pesa primeiramente sobre o corpo, assimilado à função anônima e impessoal da reprodução. O corpo feminino, no entanto, é onipresente: no discurso dos poetas, dos médivos ou dos políticos; em imagens de toda natureza - quadros, esculturas, cartazes - que povoam as nossas cidades. Mas esse corpo exposto, encenado, continua opaco. Objeto do olhar e do desejo, fala-se dele. Mas ele se cala. As mulheres não falam, não devem falar dele. O pudor que encobre seus membros ou lhes cerra os lábios é a própria marca da feminilidade."

(org.:Maria Izilda Santos de Matos. O Corpo feminino em debate)


Alguém me explica como eu conseguirei estudar enquanto eu tiver dois livros ótimos para ler, que me chamam a atenção e me tocam? Não consigo. Liderança? Politicas públicas? Ai de mim...

(Isto é quase que um grito de socorro)

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Nostalgia

E eu fazia manha, e eu fazia birra
Só pra você me chamar de linda
me puxar forte para si em um abraço
Me chamar de criança, mimada menina

E hoje não tem mais amor,
não tem mais cocegas, mãos dadas,
sorvete, cerveja, cereja

não tenho mais Caetano, na sua voz, cantando:
"Você é linda"

Meus olhos não expressam mais aquele espanto
De ser casal, do desconforto de ser dois
Você se foi, e parece que junto levou
minha alegria, aquela menina palhaça que eu tinha
Que eu era.

Desconstrução.
Afeição.

Citação - Chico Buarque

"
Mesmo que você fuja de mim
Por labirintos e alçapões
Saiba que os poetas como os cegos
Podem ver na escuridão

(...)"

(Chico Buarque

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Briga na Loja de Brinquedos

Meu Amado

Nós dois somos apenas um universo,
um mundo a parte.
O que eu sinto não cabe em um verso
e não há palavra que traduza
o sentimento que levo no peito.

Amor: palavra imperfeita para descrever
a eufória que se passa em meu ser.
Há uma revolução dentro de mim,
um antigo regime caiu e um rei tomou o poder.

Um rei reina o meu interior.
É ele que me faz rir e me faz chorar
Às vezes, os dois ao mesmo tempo.
Ele mantem a ordem e a justiça em meu reino.
E eu, como sua pobre sudita,
só tenho o meu amor para lhe ofertar.

Escrita



é, a minha escrita é assim. não descreve aquilo que realmente foi, fica entre algo que aconteceu e algo que idealizei. nunca é o que foi. o que foi, se perde, fica entrelinhas. creio que é o normal da escrita, esse perder do sentindo original. A primeira perda ocorre na hora de transformar o pensamento em palavras. A segunda, quando alguém lê essas palavras.

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Sujo, feio e malvado

Eu acredito que se nós idealizamos as pessoas, de certa forma, isso é culpa delas mesmas. Elas não querem mostrar a pior face, querem nos cativar e vestem máscaras, criam personagens. Quem pode culpar alguém por idealizar outro ser sem se condenar por fingir ser o que não é?

...

Estou cansada de interpretar peças, de viver sempre personagem e de nunca se eu mesma. Cansei de ser educada, de viver sempre seguindo convenções, de ser uma boa menina. Cansei de ser enganada. Não quero idealizar ninguém. Não quero endeusar homem nenhum. Desejo o animal no homem. Se o homem é perverso, eu quero ver sua maldade. Eu quero o cinema realista italiano. Sujo, feio e malvado.

Simples e suave coisa


"A um certo modo de olhar, há um jeito de dar a mão, nós nos reconhecemos e a isto chamamos de amor. E então, não é necessário o disfarce: embora não se fale, também não se mente, embora não se diga a verdade, também não é necessário dissimular. Amor é quando é concedido participar um pouco mais. Poucos querem o amor, porque o amor é a grande desilusão de tudo o mais. E poucos suportam perder todas as outras ilusões. Há os que voluntariam para o amor, pensando que o amor enriquecerá a vida pessoal. É o contrário: amor é finalmente a pobreza. Amor é não ter. Inclusive amor é a desilusão do que se pensava que era amor."

(Clarice Lispector)

Uma vez, me falaram que o fantasma de nossos relacionamentos passados pode atrapalhar nossos presentes relacionamentos. Ou melhor, nosso passado nos condena. Quando ouvi isso só pude responder de uma forma. "Eu acredito no amor. O amor salva tudo. E, quando a gente ama, a gente perdoa e aceita os erros dos outros. Um relacionamento nunca é perfeito, não há relações perfeitas." Esperamos tanto do amor. Teorizamos tanto sobre essa simples e suave coisa. ("Suave coisa nenhuma.") Eu teorizo. E nem sei mais no que acreditar.

Quando eu era mais nova acreditava no que Nelson Rodrigues disse sobre o amor: que se amor acabava, não era amor. Teorizei muito, para depois desconstruir tudo depois. Tijolo por tijolo. Idealizei e tive medo. E mesmo assim, amei.

O meu maior choque não foi odiá-lo por um segundo e depois, amá-lo mais. O meu maior choque foi quando, do nada, da mesma forma que me apaixonei, descobri que não o amava mais.

Olhei nos olhos dele e já não restava nada.

domingo, 26 de setembro de 2010

Desabafo




Quanto mais o tempo passa, menos eu posso evitar de ser eu. É um fogo que me queima por dentro e abala o meu bom senso. Quanto mais o tempo passa, mais estou cansada de jogar.Cansada de ser adulta, de dissimular. De fazer tudo à contagota, até mesmo de amar. Não sou bela paisagem que existe para ser admirada. Não sou um anjo virginal que não deve ser tocado. Sou o que sou, um animal, visceral...Passional.

Penso e desejo. E o desejo, é o que eu tenho de mais humano. É alguma coisa inexplicavel que vive no meu amago. Desejar é lembrar de quando se era criança. Criança não tem medo, vai atrás do quer, sem saber se irá alcançar o desejado ou se irá sofrer. As crianças são mais sinceras, elas vivem - não sobrevivem. Adultos sobrevivem. Às vezes, acho que pensamos de mais(vivemos de menos). Pensamos no passado e no futuro, nunca no presente.

Eu mesma, com todos os meus ideais... Nem sei se vivo. Há muito, pensei que havia rompido com tudo aquilo que não concordava, mas no fundo, para o meu desespero, sou uma moralista. Sou contradição.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Eu e meu peso: uma questão absurda e mal resolvida




Não tenho nada profundo para dizer. Não falarei de amor e dos laços que estou construindo e dos nós que estou desmanchando.

E na realidade, há tanta coisa importante para ser pensada e eu só estou preocupada com o meu peso. Não estou preocupada com meu destino academico. Não reclamo mais da falta de tempo para livros, quadrinhos e filmes. Estou obcecada pela questão peso. Pelo meu peso. Pelo peso que não quero ter.

Primeiro tentei pensar como é que não emagreço. Não como muito, pratico atividades fisícas regularmente. Frequento academia.

Depois pensei em como eu era idiota quando era mais nova em ficar comprando mil e uma camisetas curtinhas.... Desde aquelas que mostram uma pequena faixa da barriga à aquelas que só tampavam apenas o que era necessário ser escondido (os seios). Idiota porque eu nunca pensei que iria engordar. Tá, eu não era idiota. Era adolescente. E me vestia como uma.

...


No final das contas eu não sei o que é mais absurdo, o meu peso ou eu pensar que estou gorda. Estou neurôtica, e pior que isso é que não estou focando as neuras para o alvo certo...


p.s.: porque eu não falo de filme em vez de falar de peso????

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

E com pimenta.

Eu não entendo os homens. E acho que nunca irei entender. Algumas situações são tão visivelmente ridículas, que não vejo porque provocá-las...

Já é conversa batida de que homem não presta e de que nós mulheres somos umas santas, umas pobres coitadas que sempre caímos na lábia deles(em alguns casos, para alguns homens, parece que há somente as santinhas e as piriguetes...). Mentira. Tudo bem que tem homem que não presta, mas também tem mulheres que não prestam. A diferença é que nós mulheres, quando queremos, somos boas atrizes. Então, embora não espere nenhuma especie de santidade envolvendo esse gênero, eu ainda me revolto com algumas situações.

No último final de semana, eu fiquei hospedada na casa do meu pai. No prédio, há uma pequena e debilitada acadêmia. Eu, na minha atual situação, resolvi que seria muito bom ficar um tempo na bicicleta. E lá fui eu, acompanhada na minha fiel escudeira, minha irmã. Chegando lá, havia um rapaz que estava pegando peso. Eu na minha, conversando com a Gi, e ele lá com os pesinhos dele gemendo. Não sei se para ele malhar é algo super prazeroso ou se ele estava simulando gritinhos de prazer por causa da nossa presença... Só sei que depois de um tempo, estávamos conversando, eu e ele (minha irmã tinha ido pegar água, à pedido dele, numa outra parte do prédio) e ele me vem com uma conversa de que a namorada dele vive dizendo que estava cansada e acaba não “comparecendo”. Ele então conclui que se alguém está a fim de transar com ele e a namorada dele não, por que não transar? Eu respondi que não era por aí e estava quase destrinchando meu papo de como a sinceridade num relacionamento é importante e coisa e tal, quando a namorada dele chegou. Bonito, né?

Aquele papo todo me soou como “eu quero sexo” (me desculpe quem pensar ao contrário, mas foi a ideia que ele me passou, principalmente porque toda hora parecia que ele tinha que mexer no amiguinho dele, tava sem camisa e ficou botando o bedelho no meu treino), como se essa “necessidade” fosse inerente do sexo masculino e de que alguém teria que saná-la. Pouco importa se ele assumiu certos compromissos, se ele prometeu coisas. Pouco importa o amor, um relacionamento saudável e o companheirismo. Então eu me pergunto, para que namorar se não for entrar nele de cabeça?

Tudo bem. Eu não sou uma boa menina, nunca fui. E, como uma amiga minha disse, eu não sou do tipo que namora. E sabe o por quê? Porque eu me conheço bem, porque eu sou sincera e no momento faço as coisas como me “dá na telha”. Porque quando eu quiser namorar, vou honrar esse compromisso, porque serei cegamente leal e companheira. Porque eu não mentirei. E, porque, não quero viver uma peça de teatro, bem ou mal interpretada. Eu quero a realidade. Nua, crua. E com pimenta.

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Parô Brasil, hein!

Eu devo estar zicada. Só pode. Se já não bastasse eu ter ficado presa no elevador da prefeitura, na sexta, ontem eu tive mais dor de cabeça.

Por volta das 13:30 do dia de ontem, meu pai me ligou preocupado. Minha irmã ligou no celular dele, e quando ele tentou retornar a ligaçã, ela não atendeu. Meu pai tentou ligar em casa, nos nossos dois telefones. Um dava ocupado, e o outro ela não atendia. Por isso, ele me pediu para tentar falar com ela.

Tentei falar com ela até às três horas da tarde. Depois disso, preocupada, liguei no cursinho para verificar se ela não estava lá. Quando soubre que ela não estava, chorei esperando pelo pior.

Com medo de que algo grave houvesse ocorrido, larguie tudo o que estava fazendo (ou o que eu deveria estar fazendo - eu tinha que estar trabalhando) para ir atrás da minha irmã. Para quem não sabe, ela se chama Giovanna.


Antes de entrar em casa, encosto minha orelha na porta e escuto. A televisão estava ligada. Abro a porta rapidamente e não há ninugpem na sala de estar. Largo minhas coisas no chão e vou adentrando a casa, cuidadosamente, com medo de encontrar alguém que não era para estar lá.


...

Então, no quarto de meus pais,e, para meu espanto e raiva, minha irmã estava acordando... Todo esse tempo eu preocupada e todo esse tempo ela dormindo.

Depois disso, só tinha uma coisa a ser feita: devorar o pudim na cozinha e quase acabar com a lata de pringles (para não dizer que acabei com ela: sobrou uma batatinha). Porque se eu não puder sair da minha vida integral toda vez que eu achar que minha irmã foi sequestrada, "parô Brasil", hein!

domingo, 29 de agosto de 2010

Primavera?

"Aprendi com a primavera a deixar-me cortar e voltar sempre inteira."
Cecília Meireles

Joguei tudo fora para começar de novo.