quinta-feira, 11 de novembro de 2010

O baile de máscaras

Chego em casa, a noite é velha
Meu corpo está sujo e cansado de rua
Jogo no chão roupas e falsidades,
o espartilho me apertava,
o vestido me escondia.
Prefiro estar nua.

Não quero lâmpadas, nem velas, apenas o luar
Quero ficar deitada na penumbra
Sentindo meu corpo, pensando sobre o meu dia

Lembro da festa no salão colorido
Homens de preto, mulheres de vestidos
Todos mascarados, máscaras de sorrisos
As mulheres enormes de narcisismo
Os sapatos femininos têm saltos enormes
Nunca tinha me sentindo tão distante do chão
(e de mim mesma) como nessa noite.

A cidade inteira pensava que me via
Mas não me via realmente
Via apenas uma imagem distorcida de mim,
uma mulher que me é estranha.

Quem não entende que cada passo meu
não é movido apenas pelo raciocínio,
que tudo o que faço envolve paixão e sentimento,
não me conhece.
E quem não me conhece, não me enxerga.

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