domingo, 28 de novembro de 2010

Tentando estudar!

Madrugada de domingo para segunda. Já passa da uma. E, eu, tentando estudar. Literatura, pro meu TCC. Mas, sendo literatura, parece que de quinze em quinze minutos eu fujo da avenida central do trabalho e caio numa viela qualquer... A viela de hoje nem posso considerar viela... o livro que eu estava lendo perguntava "Trouxeste a chave?" Boa menina viciada em literatura que sou só associei à Drummond e seu poema "Procura da Poesia":

"(...)

Chega mais perto e contempla as palavras.
Cada uma
tem mil faces secretas sob a face neutra
e te pergunta, sem interesse pela resposta,
pobre ou terrível, que lhe deres:
Trouxeste a chave?


(...)"


Meu Deus, espero poder citar Drummond (e Gilberto Gil) no meu trabalho... porque assim não dá né, me desviar do trabalho SEMPRE e não produzir nada em cima disso...

p.s.: é... esse post é apenas para dizer que ainda estou viva. Um pouco louca com tudo o que está acontecendo comigo (acham que uma mera "adolescente" não tem problemas? Ledo engano... Tenho para dar e vender...), mas viva!

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Geni: quem tem medo do príncipe encantado?

Tem mulher que frequentemente busca homens inferiores à elas, com defeitos que elas fingem ignorar ou simplesmente suportam. Tem mulheres que se contentam com pouco, em ser mulher de malandro e nunca pensa que tem gabarito para conseguir um "principe" contemporâneo. Como Geni (da música de Chico Buarque, Geni e o Zepelim), se enrosca com todo tipo de traste, e quando um comandante, "cheirando a brilho e a cobre", aparece, dele ela tem asco. Ou não se acha a altura. Para mim, isso tem nome: Complexo de Geni.

E eu fico me questionando: por que? por que em insistir em aceitar o que na verdade não queremos? E por que temos medo quando surge que realmente está a nossa altura?

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Bug or not bug

Hoje, por um momento, acreditei que minha vida estivesse acabada. Sem exageros, pensei que minha vida virtual estivesse arruinada. Após uma longa manhã na escola, resolvi acessar meu orkut enquanto almoçava. Coloquei a senha e nada de conseguir acessar o bendito. Não estavam aceitando a minha senha. Preocupada, já pensei que teria que recuperar não somente a senha do orkut mas como tudo o que eu uso pela minha conta do google e entrei no meu e-mail do hotmail para recuperar a senha. Segunda surpresa do dia: eu não estava conseguindo entrar no meu e-mail! Por um momento fiquei nervosa e com raiva - muita raiva. E pensei seriamente que teria que contactar umas três pessoas: meu pai e/ou dois primos. Por que pensei neles? Simples, meu pai é especialista em redes (tecnologia em si) e meus dois primos são especialistas em invadir computadores. (vai vendo a minha família...) Não sei se meus primos são hackers ou crackers, mas de qualquer forma, pensei inicialmente que seriam de alguma valia ter a ajuda deles. Depois pensei melhor e resolvi que chamar alguém era a última opção. A primeira era tentar na marra mesmo. O que foi difícil, mas enfim, depois de perder uns 20 minutos da minha vida, recuperei todas as minhas senhas.

Vim pro trabalho meio que em estado de fúria. Muito odio no coração. E vim pensando que se eu descobrir quem foi a "fofurinha" que me fez perder 20 minutos preciosos do meu horário de almoço, eu iria descobrir uma boa forma de me vingar. No trabalho, ouvi falar na possibilidade de ter sido um bug ou um teste... Anyway, ainda alguém pode ter roubado minhas senhas, afinal, que que tem o hotmail com o google? (o bug/teste foi com o google)

Só sei uma coisa depois disso, quero sair para bebemorar, como diria um amigo meu... Hoje é sexta e eu cansei.

p.s.: gente, veja bem se não tenho motivo para me revoltar, em 20 minutos eu poderia ter feito a unha!!!!)

terça-feira, 16 de novembro de 2010

E todas as lamentações do mar, do vento, do céu, das aves, das estrelas, serão a tua voz presente, a tua voz ausente, a tua voz serenizada




Eu deixarei que morra em mim
o desejo de amar os teus olhos que são doces
Porque nada te poderei dar
senão a mágoa de me veres eternamente exausto
No entanto a tua presença
é qualquer coisa como a luz e a vida
E eu sinto que em meu gesto
existe o teu gesto e em minha voz a tua voz
Não te quero ter porque em meu ser tudo estaria terminado
Quero só que surjas em mim
como a fé nos desesperados
Para que eu possa levar
uma gota de orvalho
nesta terra amaldiçoada
Que ficou sobre a minha carne
como nódoa do passado
Eu deixarei...
tu irás e encostarás a tua face em outra face
Teus dedos enlaçarão outros dedos
e tu desabrocharás para a madrugada.
Mas tu não saberás que quem te colheu fui eu,
porque eu fui o grande íntimo da noite.
Porque eu encostei minha face na face da noite
e ouvi a tua fala amorosa.
Porque meus dedos enlaçaram os dedos da névoa
suspensos no espaço.
E eu trouxe até mim a misteriosa essência do teu abandono desordenado.
Eu ficarei só
como os veleiros nos pontos silenciosos.
Mas eu te possuirei como ninguém
porque poderei partir.
E todas as lamentações do mar,
do vento, do céu, das aves, das estrelas
Serão a tua voz presente,
a tua voz ausente,
a tua voz serenizada.

(Ausência, Vinicius de Moraes)

Eu não sei lidar com a morte...

"Karina, o Ronex morreu" - Essa foi a primeira frase que escutei hoje quando entrei na van.

"Como assim, Renato? É mentira, né?"
"Não, Ká, é verdade... Não sabem ainda direito como é que ele morreu."
"Nossa, e ele comentou que tinha sido internado mas eu não levei a sério..."

...

Já conheço o que vem a seguir. Mil mensagens de adeus no orkut. De novo. De novo, lágrimas. Pessoas que não sei porque insistem em escrever para alguém que não vai mais entrar na internet... Ou sei. Pelo sentimento de dor, por saber lá no fundo que nunca mais iremos ver aquela pessoa.

Eu sinto por tudo o que não foi feito e por tudo que ficou não dito.
Não direi que ele era um cara extraordinário e não inventarei mil qualidades que ele não tem. Tanto porque eu nem cheguei conhecê-lo tão bem. Mas, posso dizer que era um cara inteligente, legal e que trabalhava no que gostava. E fazia um rock que me dava vontade de dançar...

Não, este texto não é para ter muito nexo. Mas, para que nexo se a vida não tem sentido?

Eu não sei lidar com a morte...

Entrefechada Rosa

"Está naquela idade inquieta e duvidosa,
Que não é dia claro e é já o alvorecer;
Entreaberto botão, entrefechada rosa,
Um pouco de menina e um pouco de mulher.

(...)

Quantas vezes, porém, fitando o olhar no espaço,
Parece acompanhar uma etérea visão;
Quantas cruzando ao seio o delicado braço
Comprime as pulsações do inquieto coração!

Ah! se nesse momento alucinado, fores
Cair-lhes aos pés, confiar-lhe uma esperança vã,
Hás de vê-la zombar dos teus tristes amores,
Rir da tua aventura e contá-la à mamã.

É que esta criatura, adorável, divina,
Nem se pode explicar, nem se pode entender:
Procura-se a mulher e encontra-se a menina,
Quer-se ver a menina e encontra-se a mulher!"

(Menina e Moça, Machado de Assis)

Na vida de quase toda mulher chega o momento em que ninguém mais a irá proteger, e que nem ela quer isso. Ela então aprende que é necessário falar firme se quiser ser levada a sério. Não é necessário gritar, se alterar, nada disso. Apenas falar firme, com a total convicção de que suas palavras expressam idéais importantes e sinceros. A firmeza demonstra que é sério o que você diz.

(Em falar em firmeza, como confiar num homem que não tem um aperto de mão firme? Ou em alguém que não te olha nos olhos quando fala com você? Eu não confio)

É curioso pensar que temos que ser firmes nas nossas crenças, que tenhamos que ser guerreiras e ainda ao mesmo tempo delicadas e submissas. Espera-se tanto da mulher, e ao mesmo tempo ainda estamos numa época de mudanças de valores, que fica difícil se situar e colocar no papel o que realmente queremos e o que é idealizado para nós. Idealizado para nós. Quantas idéias não tentam nos enfiar cabeça adentro? Quais são nossos verdadeiros sonhos e quantos sonhos não querem nos fazer acreditar que são nossos enquanto na realidade não são?

Meu peito se acelera perante tanta insegurança e incerteza. Construção de mim mesma. Tenho tanta saudade de minha meninice. Às vezes me canso de tantos erros e acertos. De nunca ter um cais para aportar meu navio. De andar sem norte, à minha sorte. Sem muleta. Sempre sem muleta!

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

O baile de máscaras

Chego em casa, a noite é velha
Meu corpo está sujo e cansado de rua
Jogo no chão roupas e falsidades,
o espartilho me apertava,
o vestido me escondia.
Prefiro estar nua.

Não quero lâmpadas, nem velas, apenas o luar
Quero ficar deitada na penumbra
Sentindo meu corpo, pensando sobre o meu dia

Lembro da festa no salão colorido
Homens de preto, mulheres de vestidos
Todos mascarados, máscaras de sorrisos
As mulheres enormes de narcisismo
Os sapatos femininos têm saltos enormes
Nunca tinha me sentindo tão distante do chão
(e de mim mesma) como nessa noite.

A cidade inteira pensava que me via
Mas não me via realmente
Via apenas uma imagem distorcida de mim,
uma mulher que me é estranha.

Quem não entende que cada passo meu
não é movido apenas pelo raciocínio,
que tudo o que faço envolve paixão e sentimento,
não me conhece.
E quem não me conhece, não me enxerga.

Desculpa para desabafo

Acabei de sair da minha aula de literatura. Como quando eu era adolescente, novamente depois de muito tempo, esse tipo de aula está me provocando vontade de escrever. E, hoje, com o conhecimento que possuo até entendo porque são nessas aulas em que me sinto inspirada... Minha professora diz que um bom leitor não apenas decodifica letras, palavras. Ele vai além disso ao pensar sobre o texto e repensar a realidade. Sobre a realidade e o ato de leitura, Alberto Manguel faz uma associação que explica o que eu quero dizer:

"A realidade trata de especificidades disfarçadas de generalidades. A literatura faz o contrário, de modo que Cem anos de solidão pode nos ajudar a entender o destino de Cartago, e os argumentos de Goneril podem nos ajudar na tarefa de traduzir o duvidoso dilema ético do general Aussaresses, o torturador de Argel. (...) se um leitor é capaz de ir além da superfície de determinado texto, tal leitor pode extrair de suas profundezas uma questão moral, mesmo que essa questão não tenha sido formulada pelo escritor com muitas palavras, pois sua presença implícita desperta no leitor, de qualquer modo, uma emoção à flor da pele, um pressentimento ou simplesmente uma lembrança de algo que conhecemos há muito tempo. Por meio dessa alquimia, todo texto literário torna-se, em certo sentido, metafórico.

(...)

A realidade, o lugar onde estamos, não pode ser visto enquanto estamos neles. É o processo de "primeiro ou de segundo grau" (que se dá por meio das imagens, da alusão, da trama) que nos permite ver onde estamos e quem somos. A metáfora, em sentido amplo, é o modo como captamos (e às vezes quase entendemos) o mundo e nosso desconcertante self. Quem sabe toda literatura possa ser entendida como metáfora."

(À Mesa com o Chapeleiro Maluco, Alberto Manguel)

É, a literatura me faz ver melhor a minha realidade. Me faz repontuar várias questões e situações... Eu fiz toda essa viagem, relembrando da minha viagem de volta para casa... E pode até parecer banal o que eu vou dizer depois de todo esse discurso, mas é o que eu tenho a dizer.

Hoje eu me lembrei de como as coisas eram diferentes há quase dois anos atrás. Lembro como dois amigos queridos me tiravam as melhores risadas, e como eu tenho saudade disso. E penso se era tão bom para eles como era para mim... E de como depois de várias mudanças em nossas vidas,de vários acertos e erros nossos, a gente foi perdendo isso. Como a gente perdeu a mania de ser feliz com as nossas coisas bobas. De um, tenho saudade das nossas piadas ácidas, de nossos papos filosóficos e das nossas besteiras (como por exemplo falar da propaganda de margarina besteirenta que tem na internet). Do outro, me arrependo de tanta coisa, e sinto falta do abraço sincero, das brincadeiras tontas e da alegria besta que ele me proporcionava. Acho que faria tudo para ter isso de volta. Porque com um, o tempo já é bem corrido (e a culpa é nossa mesma, e dessa nossa sociedade que nos faz pensar que tudo é mais importante que a construção de laços); o outro... Bem, o outro acho que já bem me esqueceu.

E, no fim, acho que só usei o Manguel para desabafar essa dorzinha desse meu coração que é tonto demais, que guia essa mulher que ainda é uma menina que se apega demais...

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Antes

E para se expelir todo o veneno
Antes é preciso se machucar um pouco
Antes da renovação
a aceitação de nossos erros
Antes do carinho, a solidão.

Antes de se desfazer todo o mal
É preciso se purificar cortando
o que já está se putrefando
(Corte de laços mal feitos)


Antes de ser dois em um, ser um apenas
(um ser que seja forte)
Construção de um lar interno
que abrigue e guie para o norte.

domingo, 7 de novembro de 2010

Sem titulo

Entre a rubra vergonha do meu rosto e seus olhos azuis
Entre seus olhos que me desnudam e o sentimento de paz
Construo o mais lindo verso não escrito, feito de luz
Pra segurar no tempo o sentimento que carrego no peito
Que faço de templo, esse meu sentimento, que é tão imperfeito
Que é tão singelo, tão meu e seu,
tão sincero que me gela o momento do adeus.



(ainda tenho dúvida se é um poema bonito ou se é um poema ridiculo)

Metáfora

Uma lata existe para conter algo
Mas quando o poeta diz: "Lata"
Pode estar querendo dizer o incontível

Uma meta existe para ser um alvo
Mas quando o poeta diz: "Meta"
Pode estar querendo dizer o inatingível

Por isso, não se meta a exigir do poeta
Que determine o conteúdo em sua lata
Na lata do poeta tudonada cabe
Pois ao poeta cabe fazer
Com que na lata venha caber
O incabível

Deixe a meta do poeta, não discuta
Deixe a sua meta fora da disputa
Meta dentro e fora, lata absoluta
Deixe-a simplesmente metáfora

(Gilberto Gil)

Sobre o que escrevo

"O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.

E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm."

(Fernando Pessoa)


Sobre o que escrevo, digo duas coisas:

- A primeira é que não gosto de escrever ao pé da letra o que eu sinto. O que sinto fica comigo, o que escrevo fica no meio do caminho entre a realidade e a mentira.

-A segunda é que de alguma forma eu sempre tenho uma espécie de musa, que me provoca idéias e me inspira brincadeiras com as palavras...

(Mais: explicar o motivo real de algo que escrevemos é algo meio chato...)

Quem é você?

Quem é você que eu não sei?
Quem é você que quer me ter?
Quem é que se esconde por baixo
de toda roupa, toda máscara
toda essa moral de faixada?

Quem é você que acha que sabe quem é?
uma criatura que não abre o próprio coração
Que nunca comeu seu próprio coração
Que em si mesmo não tem nem um pouco de fé


Quem é você, me responde quando souber
Quem é você, homem ou mulher?
Como anda sua sexualidade? Sua masculinidade?
Quem é você que trai por vocação?
Que de humanidade mesmo não tem noção?
Quem é você que precisa de alguém
para te dizer tudo como é
amor, moral,respeito e carinho
- você sabe o que é
amor, moral, respeito e carinho?
Não quero te ensinar o caminho
Não estou aqui para isto

Desculpe me por insistir em perguntar quem é você
Mas indagar carece se vejo tanta carência de ser
Não te vejo homem, às vezes te vejo como nada
Uma construção mal caiada
- uma mistura preparada para homens fracos
que querem se iludir em ter algum ideal -
Assim não é você ou estou enganada?

Não vejo nada em você que me atraia
Não vejo em você aquela luz
que me alegraria e me traria
uma leveza de alma.
Não provoca em mim aquela paixão que me conduz
à um aparente suicidio e real conhecimento de vida.

Lhe falta a superioridade encontrada nas crianças
Que não esperam respostas prontas e questionam
Que conjugam seus verbos e vidas no presente
Que desconhecem traumas e ainda não usam lentes:
Elas vêem tudo com seus próprios olhos.

(inspiração: em Alice, em um presente de aniversário e em um amigo meu http://paraleloalado.blogspot.com/2010/11/sem-titulo-2.html )

Conversa de poeta

Imagino que quem não escreva pense que poetas trabalhem bem isolados, para poder pensar bem nas palavras, para talhar bem aquilo que representará um instante efêmero e um sentimento em flor. Mas não só escritores e poetas conversam, como pois sua escrita vive em eterna comunicação com o outro. Com palavras amigas... Nós, os das palavras, nos comunicamos entre linhas...

Ai que vontade não estou em ligar para comunicar essas idéias loucas que estão atormentando meu pensamento.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Caixa de Pandora

Vou voltar a ser sedutora com cara de menina
Cansei de ser boazinha, cansei de ser passiva
Vou abrir a caixa de pandora
O futuro não me importa

Cansei de ouvir opiniões de pessoas vazias
Cansei desses seres medíocres e alienados
Não vou ter mais o meu mundo alterado
Sou eu quem digo o que é certo ou errado

Vou dar o pulo do coringa
Vou transformar meu coração
Metamorfosear meus sentimentos
Esconde-los por detrás da razão

Ai, quero não me importar
Com os destinos do amor
Quero transformar o amor num jogo de azar
Quero sentir prazer na dor

É necessário ser insensível
Para jogar este jogo
É necessário uma máscara
Para fingir o que eu não sou
Só assim serei forte
Para não sofrer de amor.

Brincadeira de gente grande

Menina...

A criança do sono despertou
Descobriu que aqueles sonhos,
Em que um dia acreditou,
Não eram a realidade, apenas sonhos
E sua inocência se quebrou
Matou sua infância
Esqueceu a criança
(que um dia foi)

Mulher...

Para entrar na dança
Se tornou mulher
Brincadeira pútrida
Que gente grande quer
Jogar por toda vida
E foder quem quiser
Sem se importar com a vida
De seres que eram meninas
E que hoje são crianças perdidas
Que se tornam mulheres frustradas
Sem sonhos, sem nada.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Me perdoe

Me perdoe se eu não sou nenhuma praia calma
Se vivo a despencar-me em tempestades
Me desculpe se desconheço a rotina
e sempre me jogo em bravos mares

Me perdoe se detesto convenções
Se canto no meio da rua
Se saio de casa sem bussola
Se fui criada sem bula

Me perdoe se não lhe escondo nada
Se sou assim meio sem prumo
Se como tudo numa só bocada
e tenho medo de não aproveitar o mundo.

Sinto muito se sou mal educada
Sinto que não poderia ser diferente
Me perdoe se sou inconsequente e inconstante
Se faço birra e sou meio criança

"Quem sou eu?"
Não tenho norte
Ser enigma é a minha sorte
Desvenda-me ou morre
Desvenda-me ou devoro-te