terça-feira, 26 de outubro de 2010

Siga o padrão e seja moderno

"Porém, não conheci nenhuma criança que se convertesse num bom adulto. As crianças não se convertem em bons adultos. Eu não sou uma boa adulta. A bondade não existe. Sou má, muito má.
(...)
O meu corpo é o meu protesto.
Não quero trazer nada ao mundo excepto o meu profundo horror pelo mundo. Depois dos desastres do século XX apenas posso sentir horror. Depois de tamanha exibição do mal, o homem já não pode redimir-se. Quem pode voltar a amar os homens? Quem pode voltar a cantar em louvor dos homens? Alguém disse que depois dos horrores do século XX não era possível continuar a escrever. A palavra tinha-se tornado absurda, insuficiente. Os filhos são como a palavra, insuficientes. Seria bom para a minha mente aceitar a insuficiência da palavra e do homem. Mas dentro de mim há um qualquer crocodilo que me impede de aceitar isso. Cada vez suporto menos a injustiça, cada vez suporto menos a maldade. "


(Lesões Incompatíveis com a Vida, Angelica Liddell)

Garotas universitárias acabam conhecendo diversos tipos de homens, e os cachorros/cafajestes são os que mais aparecem. Essa subespécie de homem eu mal conhecia até entrar na Universidade. Sempre evitei contato. Mas, hoje em dia, eles cercam o meu cotidiano e o das minhas amigas... De forma que eu já vi e ouvi de tudo. E sei muito bem que muitos só querem o nosso corpinho (e ai de quem falar que é mentira, eles mal sabem mentir!), e nós, mulheres, fingimos que a não sabemos disso...(bom, algumas fingem... outras realmente não desconfiam mesmo) Assim, logo, não me surpreendeu o namorado da minha amiga ter dado em cima de meninas na frente dela (ou ainda ele a ter traido no mesmo churrasco em que a namorada estava), não me surpreendeu o rapaz ingênuo e um pouco retardado que está querendo sair comigo e com uma amiga minha ao mesmo tempo.

Não. Quase nada hoje em dia me deixa espantada. Nem mesmo o fato contado por uma amiga de trabalho. Um cara com seus trinta anos saiu com ela, foi algo casual. Ela está na graduação, ele na pós. Rolava uma conversa legal, ficaram, ele tentou transar com ela e ela não quis. Ponto. Ponto final porque depois disso ele a evita.

Não fico mais bestificada com as mentiras e esses joguinhos. Sou indiferente à essa vidinha dita moderna, em que tudo é comércio e onde amor e sexo são quase meio que produtos. Amor à venda, assista à televisão e entenda o amor. Reproduza o amor que vende. Faça o sexo vendido. Tem um modelo certo para tudo nessa vida. Siga o padrão e seja moderno. Não se importe em criar laços, eles são substituiveis...

Um comentário:

  1. Não se importe em criar laços, eles são substituiveis... e os nós são fatais!

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