
"Quando o homem inventou a roda
logo Deus inventou o freio,
um dia, um feio inventou a moda,
e toda roda amou o feio"
(Pircing - Zeca Baleiro)
Quando chegamos a uma determinada idade, não a velhice - mas sim aquela idade em que a maturidade já dá sinais de existência na gente, percebemos que devemos correr atrás mais dos nossos interesses, do que nos faz feliz e nos faz crescer, do que aquilo que é convenção. Muitos confundem convenção com diversão. Para estes muitos, tudo o que eu tenho a dizer é que eles só acham divertido porque nunca procuraram outras formas de viver ou nunca olharam o mundo com seus verdadeiros olhos.
(É estranho pensar que há tanta gente no mundo que não consegue olhar o mundo com seus próprios olhos. Ora, o que enxergamos é fruto de nossa cultura e história. De forma que seria correto dizer que nossa cultura é como um óculos, é uma lente, é algo que fica entre os olhos e o mundo.)
Vive-se numa época em que já foram estabelecidos até o que se considera lazer. Vivo de tal forma confusa que nunca sei, ao certo, se algo que eu quero fazer (lazer), é porque eu quero mesmo ou porque alguém, de forma muito sútil, me convenceu a fazer isso.
Na televisão há a novela. Na novela, há modelos de como é a vida real - ou melhor, como crêem que esta deveria ser. Ou mais, é na televisão em que se há a propagação do modelo de realidade que querem que nós tomemos como nossa. Lazer, moral, sexo; tudo padronizado! E ninguém se pergunta porque as coisas são no jeito que são. Só aceitam.
Nessa padronização do nosso cotidiano, ocorre a padronização do sujeito homem. Não há espaço para a construção da individualidade. Passam-se os dias, os meses, os anos, e tudo permanece igual, sem uma construção, um crescimento real. O que se consegue, no fim das contas, é um exercito de maquinas. Nada mais, nada menos. Todas iguais. Iguais?
Quando algumas pessoas chegam a uma determinada idade, não a velhice - mas sim aquela idade em que a maturidade já dá sinais de existência na gente, percebem que devem correr atrás de tudo, menos a convenção.
Uma realidade de convenções!
ResponderExcluirMas, melhor comentário só pode ser aquele que quanto feito sobre cogumelos em pleno mirante de rio caudaloso.
Melhor comentário de um garantir-te que sei na pele o que tuas palavras expressam.
Saber na pele o quanto a realidade é tãoooo convencional. Tão pacata de tudo, de qualquer fato inédito!